Daqui a 10 minutos saio para fazer prova de Agenciamento I na faculdade. Deu tempo de cumprir com as obrigações saladísticas (apesar dela ser livre, né!). Não vou dizer espero que gostem, vou dizer espero que leiam. =P
Abri os olhos vagamente e vi a imagem turva de Curuca na porta. Ouvi beeeeem longe o pessoal, que eu sabia que estava dentro do quarto, reclamando. Tudo escuro de novo. Depois, por mais duas vezes, alguém viria me acordar. Desta vez por força do despertador e da potência dos trompetes de Al Hirt tocando Green Hornet (aquela do Kill Bill) eu acordaria em definitivo, ainda assim não conseguia recolocar meu corpo no lugar. Parecia que meu braço estava há 5 metros do meu pescoço. Ouvi as vozes do povo que tinha acabado de chegar. Saí do quarto descalço e de calça pelo galinheiro. Logo descobri que as moças já tinham ido caminhar e já estavam preparando o almoço. Era por volta de 9 horas quando fui tomar café. Ainda presenciei a chegada dos mais atrasados.
Estava na hora de tomar banho para acordar de vez né? Se eu ficasse na fila do banheiro esperaria até meio-dia para acordar. Foi então que tive uma brilhante idéia: catei o sabão neutro, a toalha, a pasta e a escova de dente e fui tomar banho no chuveiro externo, perto do galinheiro. A sensação era de que eu nunca mais haveria de ficar limpo, mas a água gelada não deixou que eu ficasse muito mais tempo lá. Só deu pro basicão mesmo. Troquei a roupa e estava pronto para o dia que viria.
Para mim foi o dia da preguiça. Desesperado por uma sombra, ajudei o meu pai a colocar a tenda na lateral da casa e montei um banquinho com os tijolos de concreto. Parecia cena de desenho: acabamos de montar o banquinho e ele já tinha sido ocupado. Conseguimos apertar todo mundo lá. Acendemos a churrasqueira e montamos a piscina ali mesmo que não tinha nem mil litros, mas fez a alegria das meninas e das crianças. Churrasqueira acesa, cerveja gelada, a cachorrada estava ouriçada e pronta pra comer as sobras, a bola já estava rolando e os papos a respeito do casamento na semana anterior já começava a surgir nos becos. O domingo estava desenhado.
O primeiro prato do churrasco foi de rabanete. Resolvi provar unzinho. -"Hum, bom isso aqui!!!" "É mesmo, esse rabanete tá show!!!" Confirmou tio Paulo. Depois daquilo resolvi até repensar a minha dieta e entrar numa onda mais natural, mas não adianta, sou carnívoro convicto e não consegui dispensar a carne sangrenta que saiu logo em seguida. Por incrível que pareça o "churrasco de rabanete" não rendeu nenhuma piadinha. Não era possível. Tava faltando alguma coisa mesmo. Num estalo veio o nome à minha cabeça: Tio Lucídio! Onde ele estava? Fui lá pra frente procurar por ele. Fiquei sabendo que ele estava triste. Não podia beber pois estava "cá gota". Eu achei uma pena, mas todo mundo dizia: "-Assim que é bom, só assim ele não fala besteira." O fim de semana já não seria mais o mesmo, mas apesar de tudo ainda tinha muito assunto.
Não aguentando o bafo quente que ficou em baixo da tenda, junção do calor do sol sobre a lona e o da churrasqueira em baixo, fui procurar uma sombra natural. Encontrei tio Nei jogadão sob a cerca viva. Foi lá que eu parei também. Apesar de todos os espinhos consegui me ajeitar por lá. A primeira cerveja do dia desceu quadrada e foi a última. Eu já estava sendo alvo de zoação por conta do fatídico casamento, mas tio Maneco vinha andando na nossa direção e o foco estava pra ser mudado.
Com um sorriso na cara, cabeça baixa e uma expressão de: "Que m3%d@, hein...", o Sr Manoel Luis, vulgo Maneco, já sabia o que esperava por ele. "Aeee, vai pra Noruega, hein!!!". Para quem ainda está perdido, no casamento ele teria dançado com uma moça norueguesa que, dizem, era bonita, alta e etc. Não lembro de ninguém assim, mas faço a imagem na cabeça. Tia Fátima, sua esposa, como era de se esperar, não gostou nada daquilo. Foi caminhando em direção à pista de dança, peitou a gringaça e tirou o cabisbaixo tio Maneco de lá. Disso nós sabíamos, legal mesmo foi ficar sabendo da repercussão disso tudo. "No outro dia ele veio de ressaca pedindo pra eu fazer sopa... tá maluco! Larguei tudo em cima da mesa e falei: Faz!" Disse tia Fátima ainda alterada. Legal foi saber também que não tinha sido só ele a "se dar bem". Antes de ir dançar, ele estava sentado na mesa com o seu par, uma moça mais velha que deveria ser mãe dela, e um "bigodudo", olhando e acenando para o tio Nei aparecer por lá, como se estivesse trocando uma ídéia muito forte. Quando os dois foram dançar a mesa se desfez, praticamente. Foram os dois para "a pista", o Bigode veio pra perto da gente (uma das poucas coisas que lembro de fato), e a senhora ficou por lá. Tentei arranhar um inglês com o tio do bigode, mas àquela altura eu não estava falando nem português. Tentativas frustradas, mas tudo bem. Fiquei sabendo só lá em Rio Bonito que o Bigode era meio estranho. Ele estava de olho no filho de tio Maneco, dançava com ele e tudo mais. Logo enxerguei a razão dele querer falar sempre mais perto do meu ouvido e ainda assim eu não entendia nada. Àquela altura tio Nei já tava formando o time pra ir para a Noruega: tio Maneco com a parceira, ele mesmo com a senhora e Léo, filho dele, com o Bigode. Esse pessoal é terrível. Ainda bem que isso tudo tirou o foco do embriagado V.H. dançando com a camisa de botão numa mão (tinha outra no corpo), e três pares de sapato de não se sabe quem na outra.
Uma bolada perto da gente chamou a atenção para o futebol que estava para começar. Rio Bonito x São Gonça. Num campo daqui até ali tinham 4 pra cada lado. Uma confusão só. Primeiro jogo, coça de São Gonçalo. Não lembro o resultado mas a escalação Lucas no gol, Léo, Mateus, Nícolas e Natan embolados no campo funcionou. Mas só na primeira partida, a seguinte foi coça de Rio Bonito. Os nervos estavam esquentando. Escalamos então o time Master de São Gonça. A escalação foi: Natan, Mateus, Felipe, Pitter e Victor Hugo Prass no gol. A muralha papa-goiaba! Falou a voz da experiência e goleamos, claro. Saímos do campo com a língua para fora e o time principal entrou denovo. O calor do sol esquentou os ânimos e o jogo ficou tenso qual corda de violino. Felizmente, ou infelizmente, não rolou uma luta livre Rio Bonito x São Gonça. Seria preju pras nossas crianças na certa.
O almoço foi cabrito. E, como diz o Luis Melodia, "Onde tem cabrito eu tô". Tava show! Parabéns mais uma vez às tias de plantão. E, como era de se esperar, a lomba pós almoço foi monumental. O dia foi basicamente conversa com os tios. Deitado mais uma vez sob a cerca viva, reparei que a lua estava no céu, e assim ficou o dia todo. Ironia. Pois, na noite anterior, a quantidade de estrelas brilhando no céu tinha me chamado tanto a atenção que nem tinha reparado nela. Um pouco de pretensão achar que os astros estavam querendo minha atenção, né? [=P]
Demos algumas bandas nas crianças, cantamos parabéns para o Ryan, meu irmão mais novo de lá, batemos mais um papo e o dia tinha ido. Tão de repente quanto começou. Depois de conseguirmos aconchegar quase todo mundo nos carros, tomei a estrada com o triste tio Lucídio, tia Eunice (sua esposa), tia Fátima (a do tio Maneco), Curucão e as bagagens, todos apertados num Palio! Depois dos papos preliminares estávamos todos imersos em pensamentos. Eu, ao mesmo tempo que admirava a estrada com o Marcelo Camelo cantando nos ouvidos, fazia um balanço daquela semana peculiar na minha vida, ao mesmo tempo em que procurava tentar prever o que seria dali pra frente. Foi então que o Amarante me disse que tentar prever serviria para eu me enganar. Então conduzi o pensamento por aquelas curvas e resolvi deixar a vida nas mãos do destino/acaso/universo, seja lá o que for, e cá estou. Metade no chão e metade nas nuvens. O que um fim de semana na roça não faz com a gente, né?
Um grande abraço para:
Tio Maneco, tio Lucídio, tio Nei, tio Ronaldo, meu pai, tia Lígia, tia Fátima, tio Paulo, tia Merinha, vovó Lurdinha, vô Cidinho, Naná, Natan, Curuca, Bruna, Ísis, Pitter, Priscilla e os respectivos noivos, Léo, Lucas, Mateus, Nícolas, Rian, tia Magali, Marcelinha, todo o pessoal que foi dos quais não me recordo o nome, e todo o pessoal de Rio Bonito.
[Victor Hugo é: A Muralha Papa-goiaba]
Com um sorriso na cara, cabeça baixa e uma expressão de: "Que m3%d@, hein...", o Sr Manoel Luis, vulgo Maneco, já sabia o que esperava por ele. "Aeee, vai pra Noruega, hein!!!". Para quem ainda está perdido, no casamento ele teria dançado com uma moça norueguesa que, dizem, era bonita, alta e etc. Não lembro de ninguém assim, mas faço a imagem na cabeça. Tia Fátima, sua esposa, como era de se esperar, não gostou nada daquilo. Foi caminhando em direção à pista de dança, peitou a gringaça e tirou o cabisbaixo tio Maneco de lá. Disso nós sabíamos, legal mesmo foi ficar sabendo da repercussão disso tudo. "No outro dia ele veio de ressaca pedindo pra eu fazer sopa... tá maluco! Larguei tudo em cima da mesa e falei: Faz!" Disse tia Fátima ainda alterada. Legal foi saber também que não tinha sido só ele a "se dar bem". Antes de ir dançar, ele estava sentado na mesa com o seu par, uma moça mais velha que deveria ser mãe dela, e um "bigodudo", olhando e acenando para o tio Nei aparecer por lá, como se estivesse trocando uma ídéia muito forte. Quando os dois foram dançar a mesa se desfez, praticamente. Foram os dois para "a pista", o Bigode veio pra perto da gente (uma das poucas coisas que lembro de fato), e a senhora ficou por lá. Tentei arranhar um inglês com o tio do bigode, mas àquela altura eu não estava falando nem português. Tentativas frustradas, mas tudo bem. Fiquei sabendo só lá em Rio Bonito que o Bigode era meio estranho. Ele estava de olho no filho de tio Maneco, dançava com ele e tudo mais. Logo enxerguei a razão dele querer falar sempre mais perto do meu ouvido e ainda assim eu não entendia nada. Àquela altura tio Nei já tava formando o time pra ir para a Noruega: tio Maneco com a parceira, ele mesmo com a senhora e Léo, filho dele, com o Bigode. Esse pessoal é terrível. Ainda bem que isso tudo tirou o foco do embriagado V.H. dançando com a camisa de botão numa mão (tinha outra no corpo), e três pares de sapato de não se sabe quem na outra.
Uma bolada perto da gente chamou a atenção para o futebol que estava para começar. Rio Bonito x São Gonça. Num campo daqui até ali tinham 4 pra cada lado. Uma confusão só. Primeiro jogo, coça de São Gonçalo. Não lembro o resultado mas a escalação Lucas no gol, Léo, Mateus, Nícolas e Natan embolados no campo funcionou. Mas só na primeira partida, a seguinte foi coça de Rio Bonito. Os nervos estavam esquentando. Escalamos então o time Master de São Gonça. A escalação foi: Natan, Mateus, Felipe, Pitter e Victor Hugo Prass no gol. A muralha papa-goiaba! Falou a voz da experiência e goleamos, claro. Saímos do campo com a língua para fora e o time principal entrou denovo. O calor do sol esquentou os ânimos e o jogo ficou tenso qual corda de violino. Felizmente, ou infelizmente, não rolou uma luta livre Rio Bonito x São Gonça. Seria preju pras nossas crianças na certa.
O almoço foi cabrito. E, como diz o Luis Melodia, "Onde tem cabrito eu tô". Tava show! Parabéns mais uma vez às tias de plantão. E, como era de se esperar, a lomba pós almoço foi monumental. O dia foi basicamente conversa com os tios. Deitado mais uma vez sob a cerca viva, reparei que a lua estava no céu, e assim ficou o dia todo. Ironia. Pois, na noite anterior, a quantidade de estrelas brilhando no céu tinha me chamado tanto a atenção que nem tinha reparado nela. Um pouco de pretensão achar que os astros estavam querendo minha atenção, né? [=P]
Demos algumas bandas nas crianças, cantamos parabéns para o Ryan, meu irmão mais novo de lá, batemos mais um papo e o dia tinha ido. Tão de repente quanto começou. Depois de conseguirmos aconchegar quase todo mundo nos carros, tomei a estrada com o triste tio Lucídio, tia Eunice (sua esposa), tia Fátima (a do tio Maneco), Curucão e as bagagens, todos apertados num Palio! Depois dos papos preliminares estávamos todos imersos em pensamentos. Eu, ao mesmo tempo que admirava a estrada com o Marcelo Camelo cantando nos ouvidos, fazia um balanço daquela semana peculiar na minha vida, ao mesmo tempo em que procurava tentar prever o que seria dali pra frente. Foi então que o Amarante me disse que tentar prever serviria para eu me enganar. Então conduzi o pensamento por aquelas curvas e resolvi deixar a vida nas mãos do destino/acaso/universo, seja lá o que for, e cá estou. Metade no chão e metade nas nuvens. O que um fim de semana na roça não faz com a gente, né?
Um grande abraço para:
Tio Maneco, tio Lucídio, tio Nei, tio Ronaldo, meu pai, tia Lígia, tia Fátima, tio Paulo, tia Merinha, vovó Lurdinha, vô Cidinho, Naná, Natan, Curuca, Bruna, Ísis, Pitter, Priscilla e os respectivos noivos, Léo, Lucas, Mateus, Nícolas, Rian, tia Magali, Marcelinha, todo o pessoal que foi dos quais não me recordo o nome, e todo o pessoal de Rio Bonito.
[Victor Hugo é: A Muralha Papa-goiaba]
3 comentários:
E você faz referência justamente à música que tomei como lema de vida, rs. Ou pelo menos que retrata MUITO quem/o que sou no dia de hoje.
Seu final de semana foi bem diferente, e a quantidade de acontecimentos, no período em que se deu, foi absurda! Parabéns. Enquanto você desfrutava desse longo e memorável domingo, eu estava nas areias de Itacoatiara (Depois de muitos meses (na verdade posso dizer anos) sem sequer colocar o pé na praia, e a última vez dos meses que seguirão), também desfrutando de um universo parelelo, só meu, constituído de energia positiva, luz, lembranças e pensamentos que teimavam em sair daquele lugar tão aconchegante e me levar estrada afora para uma cidade vizinha. Ainda estou tentando definir isso. Talvez sincronismo, talvez coincidencia ou até mesmo destino. Sei que esse domingo me serviu como renovação, fez-me ver e querer tomar novos horizontes. E não é que está sendo bem sucedido?
Ahhh, mais uma vez: Parabéns pelo final de semana! =D
Até que os meus tem sido bem legais também! ;)
Beijão...
Estou sentindo que esse final de semana a noite terá um luar singular. <3
NOS serviu como renovação, Nathi =P
Pois é. Simples, clara e óbvia essa renovação.
E a cada dia a proporção aumenta! :)
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