Olá amigos leitores. Como vão as coisas? Por aqui andaram meio agitadas nos últimos dias, e andam ainda, mas a gente sempre encontra um tempinho, né?
Bom... nesse fim de semana eu fui para Rio Bonito. Como alguns sabem, o meu pai tem uma casa e uma família por lá e domingo, junto com o dia de Cosme e Damião, foi aniversário de 2 anos do meu irmão. Então por que não passar um final de semana em família na roça? E foi V.H pra lá.
Logo depois da vitória magra do Vascão, me encontrei com o pessoal na minha casa e partimos para Niterói a fim de encontrar a Curuca e Laila para botarmos o pé na estrada. Assim que chegamos no terminal toca o telefone: "Faaaaaala Curucão... Esqueceu qual é a plataforma? Tá beleza! Acabamos de chegar e vamos te esperar na plataforma azul... Beeijo." Assim começou a espera. Resolvi lanchar no negócio de Minas (um lanche requentado, por sinal) da plataforma azul enquanto as meninas iriam comprar alguns biscoitos para a, não muito longa, viagem. Enquanto eu bicava devagarzinho o café mais do que quente, ouço a voz do Felipe, que me acompanhou no lanche: "Alá Laila!" Mandei o café pra dentro, com toda força e no susto. Queimei a língua como nunca. Compramos biscoitos, e eu, um drops de Halls preta pra tomar com o que sobrou do café assassino. Nada de Curuca ainda. Alguma voz do além me disse que ela ainda estava na ponte e o ônibus sairia em menos de 10 minutos. Fomos à plataforma do ônibus para Rio Bonito.
Pouco antes de chegarmos, na velocidade de uma meia lua de compasso, um grupo de capoeira armou a roda e começaram a jogar. Começou a sessão de saudosismo. Lembrei dos meus 11 anos. Parei pra assistir com a mochila nas costas, o café ainda numa mão e uma bala na boca. Foi quando surgiu, de repente, com todo seu 1,10 de altura e espanto estampado no rosto, Michelzinho da FAP. Ele deve ter no mínimo achado estranho encontrar um veterano da faculdade assistindo capoeira enquanto chupa bala e toma café no terminal rodoviário. Até eu estranhei a minha situação. Pouco depois chegou Curuca. Estávamos prontos.
"9 Reais, Naná?" A gente já sabia que o preço do ônibus era esse, mas valia reforçar. Dei o dinheiro pra um cara que se ofereceu a passar o Rio Card pra mim e nos acomodamos no fundo do coletivo. Boa parte do percurso foi a leitura em voz alta das tirinhas do livro "No divã com Adão". Descobri através do livro que preciso de mais de 10.000 anos de análise (assunto para mais tarde). A outra parte do percurso foi música nos ouvidos, olhos na estrada já escura, e o pensamento láááá longe. Chegamos por volta das 9 na rodoviária de Rio Bonito e um vento forte e gelado veio nos receber. Só de ruim li os pensamentos da minha prima: "Bora tomar a saideira pra esperar tio Nei, Curuca?" Sentamos num quiosque, estilo aqueles de beira de praia, só que na beira da linha do trem. Logo em seguida uma "Cabôca arretada" começou a usar metáforas esquisitas e parafrasear letras de música sem o menor contexto para ameaçar o cabra que estava com ela. Logo após riscarem o chão, chegou tio Nei pra levar-nos até o sítio.
Como diz o próprio tio Nei: Estrada "Dos qui dão" (Estrada do Quindão), Catimbau Grande. Lááááá no final de Rio Bonito à esquerda. Numa rua escura que tem um boteco que virou igreja, uns sítios, umas casinhas humildes, umas fazendas abandonadas ao tempo e, de acordo com tio Lucídio, o espírito de uma "lôra que foi estrupada" por lá. Os buracos faziam sacolejar nossas bexigas cheias. Logo logo chegaríamos.
Vovó e vovô já estavam deitados quando chegamos, mas as crianças acordadas, prontas pra nos perturbar. Fui tomar a saideira (desta vez de verdade), com o tio Nei. Divagações com Brahma e camarões fritos. Show! Depois de falarmos sobre os "mistérios da meia-noite que voam longe" fui catar as ervas para o meu chá. Descobri que tinham sumido com o pé de capim-limão e ofereci 50 centavos para a criança que o achasse e trouxesse um punhado de capim pra mim. Como nenhum deles achou, fui procurar e o encontrei pertinho do pé de Citronela, maior perigo. O chá ficou show (valeu, tia Lígia), tão bom quanto o joguinho de Uno e as imitações do Fred Mercury Prateado: "Zoguinho de mulécinha!!! Compra 4 de mulécinhaaa..." intermináveis antes de dormir.
Luzes apagadas. Foi só nesse momento, voltando do banheiro, que percebi o céu pontilhado de uma forma que não via há muito tempo. Parei um instante e olhei pro céu. Mais uma vez o pensamento viajou longe. Me senti forte. Só não fiquei mais tempo por conta das picadas de insetos. Entrei para o "quarto", deitei no chão junto com os outros e fui acometido por uma insônia terrível. Todos pareciam dormir enquanto eu ouvia Mombojó, Marcos Sacramento, Jorge Ben e outros... O pensamento longe mais uma vez. Logo, sentindo a falta de um boa noite em especial, consegui pegar no sono para me preparar para o dia seguinte. Todo mundo estava para chegar e eu queria estar disposto para o dia seguinte. Cadê Victor Hugo? Victor Hugo dormiu!
No Próximo Episódio: Cerveja, churrasco, futebol e rabanete: Fim de Semana em Rio Bonito (O Domingo)
Eita... Esperava um texto grande, mas não tanto.
[Victor Hugo é: Carimbador Maluco]
3 comentários:
Rodoviária, café (*-*), halls, saideira, UNO, céu pontilhado, boa noite especial e músicas "que fazem todo o sentido"...
Tivemos coisas comuns em nosso respectivos sábados, como a saideira que nunca acabava, rs, as músicas que tem todo um significado e a falta que fez um boa noite em especial...
Me diverti e pude me sentir em Rio Bonito através de suas palavras, mais uma vez você arrebatou meus pensamentos e me fez ir LONGE! hehe.
Chega a bater uma nostalgia...
Nada que um café quente na língua não faça despertar e nos puxar de volta à realidade.
Esperando ansiosamente o segundo capítulo! :P
Parabéns! Vc acaba de saber como são as minhas noites de Segunda à Segunda! Bjus
Muito bom este dia apesar dos pesares..
Compartilhei também de sua insônia..nem sei porque!
Postar um comentário