Boa tarde, amigos saladeiros. Mais uma vez estou aqui para presenteá-los com mais uma pérola de nossos leitores.
Desta vez o Salada Interativa traz o Texto da Priscilla Nunes. Canceriana, estudante de Turismo da Universidade Federal Fluminense, guia oficial do ônibus turístico da NELTUR, exímia cantora (tive a oportunidade de ouvi-la cantando "Milagreiro" do Djavan) e "irmã", essa menina prometeu presentar-nos com seus textos reflexivos e filosóficos. Bom, pelo menos ela me disse que esse era só o primeiro. =P
Além de seus belos textos, ela também transmite muito sentimento através de suas fotos, que um dia espero ter a oportunidade de apresentar para vocês.
Apenas sintam...
Desta vez o Salada Interativa traz o Texto da Priscilla Nunes. Canceriana, estudante de Turismo da Universidade Federal Fluminense, guia oficial do ônibus turístico da NELTUR, exímia cantora (tive a oportunidade de ouvi-la cantando "Milagreiro" do Djavan) e "irmã", essa menina prometeu presentar-nos com seus textos reflexivos e filosóficos. Bom, pelo menos ela me disse que esse era só o primeiro. =P
Além de seus belos textos, ela também transmite muito sentimento através de suas fotos, que um dia espero ter a oportunidade de apresentar para vocês.
Apenas sintam...
[Victor Hugo é: Daniel Azulay, de acordo com o Alexandre King Size]
ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ
MORRA EM NOME DA SUA FELICIDADE
Estava aqui pensando com meus botões e me surgiu um sonho muito louco: conhecer a pessoa que disse pela primeira vez um clássico da sabedoria popular contemporânea: “viva cada momento como se fosse o último”.
Fico impressionada com a profundidade dessa frase, carregada de vivência e percepção de mundo. Ao proferi-la sinto o peso de uma confissão - uma força equivalente à dos grãos de areia que se esvaem numa ampulheta...
Imagino eu, em minhas ianques divagações o teor da dramaticidade escondida em cada entrelinha dessa espécie de... VERDADE ABSOLUTA E APLICÁVEL. Sinto como se a pessoa estivesse presa a uma minúscula parcela de segundo, afogada num súbito desejo de expressar toda uma vida em sete simples palavras que compõem o vocabulário do nosso dia-a-dia.
Quando penso nessa “tal pessoa”, me vem a imagem de um “Condenado” à mercê de sua própria felicidade. Consigo até vislumbrar uma cena para esse indivíduo: uma platéia, uma guilhotina, um juiz, um júri, soldados, um “Condenado” e um velho baú que não fechava de tão cheio que estava.
A platéia aos urros, um júri consternado, uma lâmina afiada, um “Condenado” com sua cabeça posta onde devia estar e o velho e simples baú sem verniz - o único pertence do “Condenado” - abarrotado com fotos, cartas, folhas secas, títulos de propriedades (super interessantes e sem valor comercial) e muitos postais.
Quando acabo de montar esse cenário, consigo até ouvir uma solicitação ao meio dos meus devaneios:
- “Meu caro... Suas últimas palavras...”
Ao olhar em câmera lenta esta cena, vejo claramente o suor do “Condenado” escorrendo em sua testa cheia de linhas profundas, desembocando em seus lábios enrijecidos, fazendo um longo e vívido caminho.
Consigo ler o cheiro vívido deste derramar... sinto o gosto da tremedeira da sua carne murcha - envelhecida pelo tempo... faço uma prova da velocidade da adrenalina pulsando em suas veias; o aroma daquele entardecer, e a visão dos gritos pedindo: “cortem-lhe a cabeça”... sou capaz até de sentir a textura molhada do seu suor em minha narina a ardência que o mesmo provocava em seu olhar...
Consigo ouvir seu pedido destinado em conjunto à razão e à emoção, para que as simples e malditas palavras necessárias se ordenassem em sua mente, com o propósito de passar adiante aquela descoberta...
Com um grito ensurdecedor d’alma; com a eloqüência e volume próprio para uma necessária redenção, aquele povo pode ouvir naquele alaranjado e cítrico entardecer...
- “VIVA CADA MOMENTO COMO FOSSE O ÚLTIMO!”
(...)
Silêncio. É o único som que consigo ouvir depois que o “Condenado” proferiu essas palavras. Sabe aquele silêncio que fala mais que tudo aquilo que é passível de se ouvir? Aquele que te ensurdece, que mexe com sua razão, seu instinto, sua libido, seus paradigmas, suas verdades?
Silêncio este que traz inveja, silêncio que provoca recalque... um silêncio “filho-da-mãe” que paralisa, que te faz duvidar da autenticidade dessa frase, da sua aplicação...
(...)
Acho que o “Condenado à sua própria felicidade” morreu. Esse é o sentimento que trago comigo depois do branco que o silêncio trouxe à minha visão. A frase foi tão tempestuosa que, com certeza a corda que segurava a lâmina se rompeu antes que os soldados pudessem intervir.
Não digo que este devaneio é verdadeiro. Pode ser como pode não ser... e é exatamente essa dúvida que me leva, se for preciso, a morrer pela minha felicidade! Se um dia eu conseguir praticar tal frase, serei uma pessoa livre, realizada. Serei sempre eternalizada em algum lugar, momento, sensação e, quiçá, em incontáveis memórias!
A intensidade da vida nos materializa em outras coisas: choques de adrenalina, ventanias, amarelo-alaranjado de um pôr-do-sol, em azul néon de luar, correntezas, arco-íris, pólen e cantares.
Viver cada momento com se fosse o último me permite ouvir juras de amor inesperadas, ser nomeada com um nome de uma flor, presenteada com uma constelação (peço licença para usar a propriedade do “Condenado” como um exemplo), digna de receber um postal, passível de sentir ao mesmo tempo a dor e o amor e não me sentir mal com isso... o que mais posso querer eu?
(...)
Peço licença para mudar meu sonho nesta noite. Não quero conhecer essa pessoa. Nem quero saber quem foi este “Condenado à Viver”... ou, descobrir que a estória não é bem assim como imaginei...
Desejo, tão somente, viver como ele viveu.
PSNAo olhar em câmera lenta esta cena, vejo claramente o suor do “Condenado” escorrendo em sua testa cheia de linhas profundas, desembocando em seus lábios enrijecidos, fazendo um longo e vívido caminho.
Consigo ler o cheiro vívido deste derramar... sinto o gosto da tremedeira da sua carne murcha - envelhecida pelo tempo... faço uma prova da velocidade da adrenalina pulsando em suas veias; o aroma daquele entardecer, e a visão dos gritos pedindo: “cortem-lhe a cabeça”... sou capaz até de sentir a textura molhada do seu suor em minha narina a ardência que o mesmo provocava em seu olhar...
Consigo ouvir seu pedido destinado em conjunto à razão e à emoção, para que as simples e malditas palavras necessárias se ordenassem em sua mente, com o propósito de passar adiante aquela descoberta...
Com um grito ensurdecedor d’alma; com a eloqüência e volume próprio para uma necessária redenção, aquele povo pode ouvir naquele alaranjado e cítrico entardecer...
- “VIVA CADA MOMENTO COMO FOSSE O ÚLTIMO!”
(...)
Silêncio. É o único som que consigo ouvir depois que o “Condenado” proferiu essas palavras. Sabe aquele silêncio que fala mais que tudo aquilo que é passível de se ouvir? Aquele que te ensurdece, que mexe com sua razão, seu instinto, sua libido, seus paradigmas, suas verdades?
Silêncio este que traz inveja, silêncio que provoca recalque... um silêncio “filho-da-mãe” que paralisa, que te faz duvidar da autenticidade dessa frase, da sua aplicação...
(...)
Acho que o “Condenado à sua própria felicidade” morreu. Esse é o sentimento que trago comigo depois do branco que o silêncio trouxe à minha visão. A frase foi tão tempestuosa que, com certeza a corda que segurava a lâmina se rompeu antes que os soldados pudessem intervir.
Não digo que este devaneio é verdadeiro. Pode ser como pode não ser... e é exatamente essa dúvida que me leva, se for preciso, a morrer pela minha felicidade! Se um dia eu conseguir praticar tal frase, serei uma pessoa livre, realizada. Serei sempre eternalizada em algum lugar, momento, sensação e, quiçá, em incontáveis memórias!
A intensidade da vida nos materializa em outras coisas: choques de adrenalina, ventanias, amarelo-alaranjado de um pôr-do-sol, em azul néon de luar, correntezas, arco-íris, pólen e cantares.
Viver cada momento com se fosse o último me permite ouvir juras de amor inesperadas, ser nomeada com um nome de uma flor, presenteada com uma constelação (peço licença para usar a propriedade do “Condenado” como um exemplo), digna de receber um postal, passível de sentir ao mesmo tempo a dor e o amor e não me sentir mal com isso... o que mais posso querer eu?
(...)
Peço licença para mudar meu sonho nesta noite. Não quero conhecer essa pessoa. Nem quero saber quem foi este “Condenado à Viver”... ou, descobrir que a estória não é bem assim como imaginei...
Desejo, tão somente, viver como ele viveu.
"A vida não pode ser medida por quantas vezes você respira, mais sim pelos momentos que tiraram seu fôlego"
¹ Que imperam minha mente... Dominam meus sentidos...
ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ ॐ
Se quiser participar, envie o seu texto para saladalivre@gmail.com , para dmvictorhugo@gmail.com ou entre em contato com qualquer um de nossos colaboradores.
2 comentários:
Viver cada momento como se fosse último me parece interessante por vezes, em outros momentos não. O fato é que sempre pensamos no futuro, programamos coisas para daqui a um tempo, entregando ao tempo uma certa confiabilidade (logo para quem) e , por isso, nunca conheci alguém que viva todos os seus dias como se fossem seus últimos.
Olá!
E foi exatamente por isso que me veio esse devaneio todo... Quem foi que disse isso pela primeira vez?
Será que falou da boca pra fora, ou realmente conseguiu tal façanha?
Me parece interessante; ao pensar em "viver cada momento como se fosse o último" surge em minha mente uma sensação de liberdade intermitente...
Talvez, seja isso que falte por muitas vezes em nossos momentos!
\0/
Ps.: Se achar alguém que consegue tal façanha, me avise!
Postar um comentário