terça-feira, 2 de junho de 2009

Documentário: The Real Football Factories Brazil

"The Real Football Factories" (2006) é uma série inglesa de documentários sobre hooligans, que começou viajando o Reino Unido para depois ganhar o mundo, em 2007. O apresentador e ator Danny Dyer viajou por vários países, entre eles Turquia, Argentina, Rússia, Sérvia e Brasil, para mostrar a rivalidade originada no futebol, que acaba ganhando contornos de guerra.

Em seu episódio brasileiro, mostra as maiores torcidas organizadas de Rio, São Paulo e Porto Alegre - Jovem Fla, Força Jovem Vasco, Mancha Verde, Gaviões da Fiel, Camisa 12 e a Geral do Grêmio - através de depoimentos de seus presidentes e outros integrantes, que falam sobre a história de cada uma delas e sobre brigas com as torcidas rivais. O orgulho em contar suas 'vitórias' e a disponibilidade para matar e morrer por suas cores são características comuns a todas as TOs exibidas.

O filme mostra a visão de alguém de fora do país, totalmente assustado com a violência praticada pelas Torcidas Organizadas, principalmente com o uso de armas de fogo nos confrontos. Assim, a realidade do Brasil (principalmente Rio, e depois SP) é narrada com uma lente de aumento, voltada para o lado que o "Brasil do samba e do carnaval" tanto lutou pra esconder.

Só que, na minha opinião, o que sobrou no documentário foi um discurso preconceituoso sobre o país. Por mais que os dados, os depoimentos, os mortos e a rivalidade entre torcidas sejam verdadeiros, a narrativa leva o público a um campo de batalha um pouco mais intenso do que o real (sim, é possível!).

A preocupação em dramatizar e chocar é muito maior do que a de fazer um mapeamento do comportamento das torcidas. Até a forma que o Rio é tratado - "Uma das cidades mais violentas do mundo" - indica a reação que os autores pretendem causar no público. Outra cena que demonstra bem esse caos é a do jogo Palmeiras x Corinthians de 99, que terminou em pancadaria depois do Edilson fazer embaixadinhas. O comentário feito pelo narrador é o seguinte: "Se os jogadores fazem isso, imagine o que os torcedores fazem!"

Vale a pena assistir, principalmente pra ver um gringo passando sufoco no meio das torcidas, como na Geral do Grêmio, quando ele foge da Avalanche. Também vale pra mostrar qual imagem do Brasil é vendida lá fora.

Veja em partes no Youtube: pt.1, pt.2, pt.3, pt.4 e pt.5

7 comentários:

Anônimo disse...

A do vasco sem sombra de duvidas e a mais violenta!

Thiago Castro disse...

A do Vasco dizem ser a mais temida. Sou vascaíno, não sou da Força, acho que já desaprenderam a torcer do jeito que era, e briga hj em dia tá mto difícil. Mas antigamente era sinistro,lembro uma vez que a torcida do santos, teve q pular pras piscinas de São Januário! AHUAHUHAUAU

Thiago Castro disse...

Mas as que mais matam são as SP. Acho muita babaquice! ¬¬

Victor Hugo disse...

Bom, não sei distinguir qual é a mais violenta, pois só acompanhei a Força Jovem Vasco até hoje, mas que ela é bem violenta, isso é.

Pelo que vejo da FJV ela é temida e Respeitada sim. Não só dentro do Rio de Janeiro, mas no Brasil inteiro. É uma das maiores torcidas do país e podemos ver muitos vídeos do "Rastro" que a FJV deixa em todos os lugares que passa. Mas a troco de que? Isso é uma pergunta difícil de ser respondida, pois em cada caso, briga ou "Caô"(como eles mesmos dizem) a motivação é diferente.

Vou tentar ilustrar o que (eu acho) acontecem nos casos das T.O's com a seguinte suposição: Imaginem alguém que voces realmente amem. Agora realizem esse alguém sendo atacando verbalmente, xingado e agredido bem na sua frente. Muitos aguentam, outros não tem esse sangue-frio e partem pra briga. É isso o que ocorre com as TO's. O objeto amado é o time de coração e muita gente se organiza para defender a sua honra. Sendo que uma hora voce é o agredido e outras, se tiver condições para isso, é o agressor. Alguém deu início a essa espécie de ciclo que é a relação entre as TO's. Isso explica, também, a atitude de cada um dentro das organizadas. Acreditem, alguns nem gostam de briga (Vide: V.H que já saiu da concentração da FJV), alguns estão para beber, cantar e torcer. Brigar é uma consequência de estar naquele meio, portanto cabe a você decidir se vale a pena brigar para defender a sua bandeira.

Para outros, apoiar o time é uma consequência de estar naquele meio.


Infelizmente, às vezes, torcer fica em segundo, mas não troco a arquibancada da FJV nem pelos camarotes dos estádios. A festa é linda e emocionante. É uma pena que se tenha enfrentar bombas, tiros e brigas para se sentir membro das maiores torcidas de seus clubes. É uma pena não poder vestir a camisa da sua torcida na rua. É uma pena, mas é assim que acontece.

Quanto ao documentário. Achei super legal para conecer um pouco o universo das organizadas, mas achei um pouco, além de muito dramático, superficial. Existem muito mais coisas "na pista". Ex.: Uso de Drogas ilícitas, Invasão dos transporte coletivos, depredação do patrimônio e etc.

Fora tudo isso, o universo das organizadas é envolvente e apaixonante. Eu fui uma vez para experimentar, tive medo, mas vou de novo qualquer hora dessas.

"Quando o ideal é maior que a vida, vale a pena dar a vida por um ideal" - Lema da FJV (Vale?)

Anônimo disse...

Meu irmão, sou Alagoano e a torcida do Vasco é a mais temida junto com a do Palmeiras.
No Brasil todo é respeitada, ainda tem por fora a gaviões.

Anônimo disse...

A força jovem do Vasco é a pior de todas, por onde vai você lê notícia de destruição, brigas e confrontos, seja em SP, MG, RS, PR.. aonde for, os caras aprontam... em seguida vem a jovem do flamengo e a mancha verde, também torcidas problematicas..

Anônimo disse...

Acho esse documentário muito bacana,mais nesse do Brasil eles acabaram apelando muito para uma visão preconceituosa q acabamos passando tbm...
sinceramente,eles conseguem expor o que realmente acontece com o lado negro das torcidas,mais falar que é uma das cidades mais violentas e que o brasil é um país muito violento,que vive de samba praia e tiroteio é ridiculo...
Ve uma torcida da Inglaterra ou da Turquia e pode ver que a intensidade é praticamente a mesma...

Isso faz deles menos 'violentos'