terça-feira, 29 de setembro de 2009

Café, Halls, Capoeira e Saideiras: Fim de Semana em Rio Bonito (O Sábado)

Olá amigos leitores. Como vão as coisas? Por aqui andaram meio agitadas nos últimos dias, e andam ainda, mas a gente sempre encontra um tempinho, né?

Bom... nesse fim de semana eu fui para Rio Bonito. Como alguns sabem, o meu pai tem uma casa e uma família por lá e domingo, junto com o dia de Cosme e Damião, foi aniversário de 2 anos do meu irmão. Então por que não passar um final de semana em família na roça? E foi V.H pra lá.

Logo depois da vitória magra do Vascão, me encontrei com o pessoal na minha casa e partimos para Niterói a fim de encontrar a Curuca e Laila para botarmos o pé na estrada. Assim que chegamos no terminal toca o telefone: "Faaaaaala Curucão... Esqueceu qual é a plataforma? Tá beleza! Acabamos de chegar e vamos te esperar na plataforma azul... Beeijo." Assim começou a espera. Resolvi lanchar no negócio de Minas (um lanche requentado, por sinal) da plataforma azul enquanto as meninas iriam comprar alguns biscoitos para a, não muito longa, viagem. Enquanto eu bicava devagarzinho o café mais do que quente, ouço a voz do Felipe, que me acompanhou no lanche: "Alá Laila!" Mandei o café pra dentro, com toda força e no susto. Queimei a língua como nunca. Compramos biscoitos, e eu, um drops de Halls preta pra tomar com o que sobrou do café assassino. Nada de Curuca ainda. Alguma voz do além me disse que ela ainda estava na ponte e o ônibus sairia em menos de 10 minutos. Fomos à plataforma do ônibus para Rio Bonito.

Pouco antes de chegarmos, na velocidade de uma meia lua de compasso, um grupo de capoeira armou a roda e começaram a jogar. Começou a sessão de saudosismo. Lembrei dos meus 11 anos. Parei pra assistir com a mochila nas costas, o café ainda numa mão e uma bala na boca. Foi quando surgiu, de repente, com todo seu 1,10 de altura e espanto estampado no rosto, Michelzinho da FAP. Ele deve ter no mínimo achado estranho encontrar um veterano da faculdade assistindo capoeira enquanto chupa bala e toma café no terminal rodoviário. Até eu estranhei a minha situação. Pouco depois chegou Curuca. Estávamos prontos.

"9 Reais, Naná?" A gente já sabia que o preço do ônibus era esse, mas valia reforçar. Dei o dinheiro pra um cara que se ofereceu a passar o Rio Card pra mim e nos acomodamos no fundo do coletivo. Boa parte do percurso foi a leitura em voz alta das tirinhas do livro "No divã com Adão". Descobri através do livro que preciso de mais de 10.000 anos de análise (assunto para mais tarde). A outra parte do percurso foi música nos ouvidos, olhos na estrada já escura, e o pensamento láááá longe. Chegamos por volta das 9 na rodoviária de Rio Bonito e um vento forte e gelado veio nos receber. Só de ruim li os pensamentos da minha prima: "Bora tomar a saideira pra esperar tio Nei, Curuca?" Sentamos num quiosque, estilo aqueles de beira de praia, só que na beira da linha do trem. Logo em seguida uma "Cabôca arretada" começou a usar metáforas esquisitas e parafrasear letras de música sem o menor contexto para ameaçar o cabra que estava com ela. Logo após riscarem o chão, chegou tio Nei pra levar-nos até o sítio.

Como diz o próprio tio Nei: Estrada "Dos qui dão" (Estrada do Quindão), Catimbau Grande. Lááááá no final de Rio Bonito à esquerda. Numa rua escura que tem um boteco que virou igreja, uns sítios, umas casinhas humildes, umas fazendas abandonadas ao tempo e, de acordo com tio Lucídio, o espírito de uma "lôra que foi estrupada" por lá. Os buracos faziam sacolejar nossas bexigas cheias. Logo logo chegaríamos.

Vovó e vovô já estavam deitados quando chegamos, mas as crianças acordadas, prontas pra nos perturbar. Fui tomar a saideira (desta vez de verdade), com o tio Nei. Divagações com Brahma e camarões fritos. Show! Depois de falarmos sobre os "mistérios da meia-noite que voam longe" fui catar as ervas para o meu chá. Descobri que tinham sumido com o pé de capim-limão e ofereci 50 centavos para a criança que o achasse e trouxesse um punhado de capim pra mim. Como nenhum deles achou, fui procurar e o encontrei pertinho do pé de Citronela, maior perigo. O chá ficou show (valeu, tia Lígia), tão bom quanto o joguinho de Uno e as imitações do Fred Mercury Prateado: "Zoguinho de mulécinha!!! Compra 4 de mulécinhaaa..." intermináveis antes de dormir.

Luzes apagadas. Foi só nesse momento, voltando do banheiro, que percebi o céu pontilhado de uma forma que não via há muito tempo. Parei um instante e olhei pro céu. Mais uma vez o pensamento viajou longe. Me senti forte. Só não fiquei mais tempo por conta das picadas de insetos. Entrei para o "quarto", deitei no chão junto com os outros e fui acometido por uma insônia terrível. Todos pareciam dormir enquanto eu ouvia Mombojó, Marcos Sacramento, Jorge Ben e outros... O pensamento longe mais uma vez. Logo, sentindo a falta de um boa noite em especial, consegui pegar no sono para me preparar para o dia seguinte. Todo mundo estava para chegar e eu queria estar disposto para o dia seguinte. Cadê Victor Hugo? Victor Hugo dormiu!

No Próximo Episódio: Cerveja, churrasco, futebol e rabanete: Fim de Semana em Rio Bonito (O Domingo)

Eita... Esperava um texto grande, mas não tanto.

[Victor Hugo é: Carimbador Maluco]

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Planeta Terra Festival 2009

O Planeta Terra trata-se de um grande festival de música com diversas atrações que ocorre todo ano na capital paulista e tem alcançado bastante prestígio comparado a outros grandes eventos do tipo. No ano passado, contou com a presença de Mallu Magalhães, Vanguart, The Offspring, Bloc Party, Kaiser Chiefs, dentre outros.

O evento chega, então, a sua terceira edição e traz grandes nomes como Iggy Pop e The Stooges, além de Sonic Youth e mais outras tantas atrações que estão fervendo no circuito musical: The Ting Tings, Móveis Coloniais de Acaju, Copacabana Club, etc.

Se você tem condições de arcar com os gastos para se locomover até São Paulo e conferir esse evento, vai valer a pena ir. Lembro que ano passado eu estava muito entusiasmada com a idéia, mas, sacomé, acabou não rolando mesmo. De toda forma, aqui vão as informações para quem cogita participar dessa grande festa.

O evento ocorrerá dia 7 de novembro no parque de diversões Playcenter, em São Paulo. O preço dos ingressos são salgadinhos, mas nada diferente do que se espera para um festival como esse. Os ingressos do primeiro lote estão esgotados. O preço dos lotes restantes varia de R$170,00 a R$200,00 a inteira.

Mais informações sobre preço dos ingressos, programação ou ainda como chegar ao local do evento você encontra no site. Você pode também estar por dentro do que acontece através do twitter do festival.

E tudo isso me dá uma vontade de dizer "ROCK IN RIO (no Rio) VOLTA!!!"

sábado, 26 de setembro de 2009

Megadeth - Endgame

De uns tempos pra cá, as maiores bandas de metal sofrem para responder algumas perguntas a cada vez que vão pro estúdio compor novas músicas. A primeira é 'será que eu devo modernizar meu som?', opção aceita pelo Metallica nos anos 90, por exemplo, que certamente desagradou muitos fãs antigos, mas trouxe mais divulgação e novo público para o grupo.
Outra dúvida é 'se não modernizar, vou fazer o mesmo disco de sempre mais uma vez?'. O Iron Maiden vem dizendo 'sim' para essa pergunta há algum tempo, e vem mantendo sua base de fãs fiéis.
A terceira pergunta é um meio-termo: 'como soar moderno sem perder a essência dos velhos tempos?'. Tanto o último trabalho do Metallica, "Death Magnetic", quanto esse lançamento do Megadeth, "Endgame", tentaram responder essa questão.


O Megadeth já começa bem a sua resposta, com uma instrumental de 2 minutos repletos de guitarras ("Dialetic Chaos"), emendando logo na primeira grande música do disco, "This Day We Fight!".
Na sequência, quatro ótimas músicas, mostrando uma banda inspirada: "44 Minutes", "1,320" (que tem uma estrutura bem semelhante a um clássico da banda, "Hangar 18"), "Bite The Hand" e "Bodies" apresentam ótimos refrãos, peso e solos que se esperam do Megadeth, mas com uma produção impecável, muito distante das dos anos 80.
Depois, a faixa-título, que eu não curti muito de primeira, mas pode ser daquelas músicas que você vai aprendendo a gostar; "The Hardest Part of Letting Go... Sealed With A Kiss", maior título de música do CD, mas que eu também achei abaixo das outras; e "Head Crusher", primeiro single.
Fechando o disco, temos outra sequência inspirada: "How the Story Ends" e "The Right to Go Insane". Duas músicas pra cantar junto o refrão e curtir os solos enfurecidos, característicos dessa que é uma das bandas que mais valem a pena no metal atualmente.

Download aqui.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

XXI

E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY - O Pequeno Príncipe


Desculpem pela recente falta de inspiração. Mesmo assim o universo e as pessoas próximas conspiram para que a cabeça não fique vazia (ou cheia somente com os problemas), presenteando-me com belas leituras.

A questão que mais me deixa encucado é a que tudo o que eu ando lendo (fora os textos acadêmicos, lógico) sempre se encaixam com a situação pela qual estou passando, bem como as músicas e até mesmo alguns filmes. Por isso me pergunto: são eles que caem no nosso colo no momento oportuno? Ou será que nós "moldamos o texto" de acordo com a nossa vivência? Seja lá o que for, essas leituras só andam me fazendo um bem tão grande quanto as pessoas que estão perto de mim nessa fase de transformação e revisão de conceitos.

Em homenagem eu gostaria de mandar um salve (chatão, né?): Quero mandar um salve para o universo (que alguns chamam de Deus) lá da xurupita. Um salve para os amigos que me cativaram. E um salve aos autores de todos estes textos.

[Victor Hugo é: O Pequeno Príncipe]

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A fórmula de Dan Brown

Por: Fausto Spósito, Filipe Pontes e David Michelsohn

Após destrinchar a fórmula que Dan Brown utiliza para escrever seus Best Sellers, aplicamos o método em uma história que se passa no Brasil. Os principais elementos contidos nos livros do escritor estão presentes na história a seguir. Este é um texto de ficção. Os eventos citados não são reais. Os nomes dos personagens foram utilizados para fins humorísticos.

Cena 1

Rio de Janeiro, 13 de julho de 2009, 20h17. O corpo do cortador de grama Manuel Bueno Parrudo é encontrado em um anexo da sala do almoxarifado do estádio do Maracanã. Ele trabalhava há mais de 40 anos no local e conhecia todos os cantos do complexo. A polícia fluminense logo descartou a hipótese de acidente. Manuel apresentava claros sinais de asfixia e havia vestígios do crime por toda a sala. Gavetas reviradas, papéis queimados e farelos de biscoito Globo sobre a bancada.

Convidado para uma palestra sobre semiótica na Pontifícia Universidade Católica do Rio, o professor Robert Langdon aproveitava seus últimos dias na Cidade Maravilhosa. Em companhia de uma prima distante, visitava o Museu do Futebol, no Maracanã, quando deparou com a cena do assassinato.

Ao entrar na sala do crime, notou que a máquina utilizada para aparar a grama do estádio ainda estava suja. Dirigiu-se às cabines de imprensa. Do alto, pôde ver a seta desenhada no gramado. Ela apontava para uma das bandeirinhas de escanteio. Langdon desceu as escadas rapidamente e entrou no corredor que dá acesso à geral. Invadiu o campo vazio e escavou o local apontado. Com as mãos sujas de terra e grama, encontrou um papel amassado com uma frase aparentemente sem sentido: “Lagarto antes Sedosa, hora venenoso.”.


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Cena 2

Rio de Janeiro, 14 de julho de 2009, 2h34. Lagndon passa a noite em claro tentando decifrar a frase ambígua. Desce ao bar do Hotel Copacabana Palace para espairecer e pede um suco de cupuaçu. Encontra a ex-jogadora Milene Domingues e resolve desabafar. Chocada com o crime, Milene revela que Parrudo era como um pai pra ela e se compromete a ajudar na investigação. Langdon mostra o bilhete a Milene. Eles discutem durante horas, mas não chegam a nenhuma conclusão. O dia já está raiando, quando o professor percebe que a frase é um anagrama. Após inúmeras tentativas, chega ao enigma original: “O Santo Graal está onde só o Senhor vê”.


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Cena 3

Rio de Janeiro, 14 de julho de 2009, 7h05. Langdon e Milene pegam um táxi e seguem para o Corcovado. Burlam a segurança e invadem a maior estátua de Cristo do mundo. De mãos dadas, sobem as escadas que levam à cabeça do monumento. Notam uma pequena portinhola no olho direito do Cristo Redentor. Cuidadosamente, Langdon abre o compartimento e encontra o que brasileiros procuram há décadas: a taça Jules Rimet.

O troféu foi roubado duas vezes na história. A primeira, no dia 20 de Março de 1966, durante a Copa da Inglaterra, vencida pelos ingleses. Após os três títulos conquistados pelo Brasil (58, 62, 70) a taça veio definitivamente para o País do Futebol. No dia 20 de dezembro de 1983, o troféu foi roubado pela segunda vez da sede da Confederação Brasileira de Futebol. Durante anos, especulou-se que a taça havia sido derretida, mas Langdon desvendou o mistério e encontrou o mais importante símbolo das conquistas futebolísticas brasileiras.

Ainda empolgada com a descoberta, Milene percebe uma pequena abertura na parte inferior da Jules Rimet. Ela gira a base da estátua e encontra uma espécie de pergaminho que revela uma grande conspiração para controlar o futebol mundial. Os vencedores das Copas do Mundo se alternavam entre sul-americanos e europeus desde a competição de 1966, quando a taça foi roubada pela primeira vez e os ingleses, inventores da modalidade, sagraram-se campeões do mundo. E o mais incrível: o velho documento apontava que o Brasil seria campeão da Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, mas perderia pela segunda vez a Copa do Mundo em casa, em 2014:

Os Confrades da Bola de Fogo

1966 (Inglaterra/Europa) – Campeão: Inglaterra (europeu)
1970 (México/América) – Campeão: Brasil (sul-americano)
1974 (Alemanha/Europa) – Campeão: Alemanha (europeu)
1978 (Argentina/América) – Campeão: Argentina (sul-americano)
1982 (Espanha/Europa) – Campeão: Itália (europeu)
1986 (México/América) – Campeão: Argentina (sul-americano)
1990 (Itália/Europa) – Campeão: Alemanha (europeu)
1994 (Estados Unidos/América) – Campeão: Brasil (sul-americano)
1998 (França/Europa) – Campeão: França (europeu)
2002 (Coréia do Sul e Japão/Ásia) – Campeão: Brasil (sul-americano)
2010 (África do Sul/África) - Campeão: Brasil (sul-americano)
2014 (Brasil/ América) - Campeão: França (europeu)



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Cena 4

Rio de Janeiro, 15 de julho de 2009, 13h22. Langdon decide levar a Jules Rimet ao Museu de Futebol, no Maracanã, e entrega ao ex-presidente da FIFA, João Havelange. Aparentemente feliz com o retorno da taça, ele diz que vai protegê-la e a coloca em uma redoma de vidro no pavilhão central do local.


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Cena 5

Rio de Janeiro, 16 de julho de 2009, 15h15. Langdon vai com Milene ao Pão de Açúcar para aproveitar seus últimos dias no Brasil. O dia está nublado e eles são os únicos passageiros do bondinho. Pouco antes de a porta fechar, Daniela Cicarelli, ex-mulher do atacante Ronaldo, entra no bondinho. Langdon logo nota o saco de biscoitos Globo em sua bolsa. Assustada com a repentina aparição da modelo, Milene pergunta:
- O que você está fazendo aqui?
Cicarelli apenas diz:
- Vocês foram longe demais!
A modelo ataca Milene com seus lábios carnudos. A loira se esquiva e desfere um golpe na nuca de Cicarelli. Uma agarra o cabelo da outra. Langdon assiste atônito, ouvindo gritos de “ele era meu”, sem compreender o que está acontecendo. O bonde balança. Mais ágil, Milene derruba e domina Cicarelli. A dupla conduz a ex-mulher de Ronaldo à delegacia.


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Cena 6

Rio de Janeiro, 16 de julho de 2009, 20h11. Na delegacia, Cicarelli abre o jogo. Fala sobre a Ordem dos Confrades da Bola de Fogo, sociedade secreta que decide quem ganha e quem perde no futebol mundial desde a Copa do Mundo de 1966. Ela confessa que foi convocada para desestabilizar o atacante Ronaldo nas Copas de 1998 e 2006. Além disso, ainda assume o assassinato do cortador de grama Manuel Bueno Parrudo a pedido da organização e diz: “Ele sabia demais!”. Queima de arquivo, exatamente como Langdon suspeitava. Apesar da pressão dos investigadores, Daniela não revela a hierarquia da sociedade secreta.


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Cena 7

Rio de Janeiro, 16 de julho de 2009, 22h33. Langdon e Milene decidem voltar ao estádio do Maracanã para falar com João Havelange. Ao entrar no salão principal do Museu do Futebol, deparam com uma cena sombria. Ajoelhado, o velho João Havelange contempla a taça Jules Rimet. Eles contam ao senhor de 93 anos de idade tudo o que acabou de acontecer. Ele não esboça reação. Milene e Langdon se entreolham. Langdon observa a a semelhança entre a face esculpida na taça e o rosto do ex-soberano da FIFA. Justo ele! A quem eles tinham confiado a segurança do troféu – João Havelange é o Venerável Mestre Cartola da Ordem dos Confrades da Bola de Fogo. Com ira nos olhos, Havelange revela a hierarquia da organização secreta:

Venerável Cartola: João Havelange
Cartola Mestre: Ricardo Teixeira, Joseph Blatter e outros presidentes de federações
Cartola Conselheiro: Eurico Mirando, Alberto Dualib, Márcio Braga, Luiz Gonzaga Belluzzo e outros presidentes de clubes
Cartola Aspirante: Emerson Leão, Vanderlei Luxemburgo, Diego Maradona e outros técnicos de futebol

Havelange abre calmamente os botões do paletó e tira uma pistola de ouro. Milene grita, enquanto Langdon tenta se proteger do outro lado do pavilhão. Havelange dispara. Langdon se atira no chão e bala atinge a Jules Rimet. A agonia de Havelange ao ver o troféu despedaçado deixa tudo mais claro para Langdon. Era ele quem manipulava os resultados do futebol mundial desde 1966. Ele tenta se matar, mas é impedido por Milene Domingues. Havelange é detido pela polícia, mas antes de entrar no camburão, dá seu último e agonizante grito: “O Brasil jamais será campeão mundial em casa!”.

Este é um texto de ficção. Os eventos citados não são reais. Os nomes dos personagens foram utilizados para fins humorísticos.

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Esse texto foi retirado do site da revista época e indicado pelo leitor Dayverson Borges.

Robert Langdon no Rio de Janeiro... Isso daria um best seller. Poderia ser escrito tanto pelo Dan Brown, quanto pelo Jô Soares.

[Victor Hugo é: Bola de fogo, e o calor tá de matar.]

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

CD novo do Pearl Jam

O Pearl Jam vai lançar um CD novo entitulado Backspacer, no dia 20 agora, depois de um intervalo de três anos desde seu último lançamento - o disco Pearl Jam, "o do abacate".
A novidade é que eles saíram da antiga gravadora, a J Records, rumo à independência.
O que não é novidade é que o disco vazou antes de seu lançamento, o que nos permite fazer um reviewzinho com cara de pré-estreia.

Se você gosta de músicas agitadas com refrão que gruda na cabeça, vai gostar de Backspacer logo de cara. "Gonna See my Friend" e "Got Some" abrem bem o disco, lembrando a energia do Ten (primeiro deles, que tem as clássicas Alive, Jeremy, Black...) e mostrando que a banda de Seattle não lançou um disquinho meia-boca.
O disco segue com mais duas boas músicas na mesma pegada: "The Fixer" e "Johnny Guitar", antes da primeira balada, "Just Breathe", que tem um bom refrão, daqueles que ficam um tempo na cabeça.
Continuando, "Amongst the Waves" e "Unthought Known" têm uma boa dinâmica, começam lentinhas e vão crescendo até chegar no refrão, terminando com força.
Seguem: "Supersonic", retomando a energia das primeiras faixas; "Speed of Sound", uma boa balada; "Force of Nature", mais um ótimo refrão grudento; e por último "The End", a baladinha 'voz e violão' pra fechar o disco.

Backspacer é bem recomendável, um lançamento dos bons. São 34 minutos (é, só isso) bem gastos, e a certeza de mais algumas boas músicas para o setlist da próxima turnê do grupo.

Baixe aqui ou aqui.

Hang Loose FAIL



[Victor Hugo é: Hang Lula]

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O jogo mais difícil do mundo

Olá, Leitores.
Estou aqui, nos primeiros minutos desta terça feira, não pra falar de funk, mas sim pra apresentá-los ao que muitos de chamam de "O jogo mais difícil do mundo".

O jogo, na sua essência, é simples. Deve-se, usando as setas, levar o bloco vermelho até os outros espaços verdes, pegando as bolinhas amarelas e evitando as azuis. Cada vez que uma bola azul encosta em voce, o bloco vermelho volta para o espaço verde anterior. O objetivo é chegar ao final dos 30 níveis morrendo o menor número de vezes possíveis. É viciante, mas tem hora que dá vontade de quebrar a tela do PC.

Eu desisti antes do 5º nível. Para tentar é só clicar aqui.

Conseguiu completar os 30 níveis? Tá se achando o mestrão dos games? Então fique com mais 50 níveis clicando aqui.

Bom divertimento e paciência!

[Victor Hugo é: Gafanhoto]

domingo, 13 de setembro de 2009

Morando em São Gonçalo, você sabe como é...

Seu Jorge ficou a pé, e eu, viajante noturno que sou, fico sempre de van. Normalmente saindo da casa da senhorita Ronconi, que vocês conheceram por aqui esses dias, tarde da noite, eu não tenho outra opção senão o transporte alternativo, vulgo piratão.


Acontece é que o Senhor Governador Sérgio Cabral (tudo em maiúsculas), inspirado pela providência divina resolveu entrar em guerra pela 1256748513215° vez contra o serviço não legalizado. Não vou aqui defender a pirataria, longe de mim. Mas sabemos todos que o sistema rodoviário não suporta a demanda, principalmente nos horários mais alternativos - tente você encontrar um 484 Alcântara x Niterói depois de meia-noite

Polêmicas a parte, presenciei há pouco momentos de tensão e comédia a bordo de, uma das agora escassas, vans. Primeiramente, com o perigo eminente de dar de cara com uma blitz ou sei lá o que, o preço da passagem aumentou automaticamente pra 3 reais, um aumento de quase 35%. Ainda sob esse manto do terror urbano instaurado nos coraçõesZinhos dos viajantes, o trajeto foi uma diversão a parte, fazendo valer o tal preço, inclusive.

Como de costume no horário, ao menos aqui no município dormitório, um bêbado dava o tom no bando de trás implicando com o cobrador. Três meninas vestidas para o que podia ser figuração em Tropa de Elite -na parte do baile, obviamente - fofocavam animadamente sobre o tal baile, alheias a tensão do momento. Um motorista de meia idade, falando rápido e dirigindo quase tão rápido completava a cena. Todos os outros eram meros figurantes, e eu, o expectador.

Pouco após a partida surge o primeiro problema, um defeito na porta de correr impedia que ela fosse fechada, o que não impediu o tal cobrador de tentar inúmeras vezes com um pouco mais de força, gerando risos no bêbado e gritos por parte do motorista.

- Vai quebrar essa p#&@!, bigode. Fecha com carinho, c#&*#.

As meninas, ainda alheias, continuavam a discutir sobre algo que eu não captava por completo.

- Vou passar o rádio praquela p&*r$#. Pega o Ne-X-tel aí.
-Fica na tua, Aline. Amanhã tem baile de novo.

Alguns meros minutos depois, problema antigo, nouva roupagem.

- C@%@&#*, BIGODE. ESSA P#$%* NÃO É TUA MÃE, C#$%L*&. VAI COM CALMA NESTA M$%#!
- Po chefe, esse bigode aí precisa comer muito feijão pra arrancar a porta - O bêbado parava de cantarolar um tema antigo de novela pra voltar a implicar com o cobrador.

Durou pouco, após alguns segundos de tentativa Bigode já havia fechado a porta e a viagem continuava.

-Se liga, onti a noite o Marquin passou lá no trabalho, tava chapadão.
-Marquin vive chapado, sequela.

A minha viagem já terminava, com um sutil "Deixa ali no próximo, por favor" eu me dirigi ao motorista, o que Bigode encarou como ofensa pessoal.

-VAI FICAR NO PRÓXIMO O CABELUDO AQUI!

A van parou, paguei, desci. Ainda ouvi antes dela se afastar.

-Esse cabeludo tá tirando contigo, Bigode. Quebra ele! Quebra ele! -pra logo em seguida ouvir a voz do bêbado voltar a melodia mónotona antes de sumir na curva: "Dizem que Roque Santeiro..."

Todas as situações supracitadas são reais, ou não.

#autopromoção @GiantBonsai

sábado, 12 de setembro de 2009

"Des"informação

Um pouco de "desinformação" às vezes cai bem. Precisamos, algumas vezes, deixar o cérebro descansar.
Então, essa é a desculpa para o meu post. Mesmo que nós saibamos que foi, simplesmente, pela falta de algo interessante. Sem mais "bilongas" [adoro esse trocadilho], aí vai um cadinho de sabedoria popular "des"informativa.


Clique para ampliar

[Victor Hugo é: Frango tipo Leitão]

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Nova cara, nada de coroa

Tru-tá. E eis que finalmente dou os ares da graça. Eu sou a Suelen (codinome Sunlight), nova integrante do Salada Livre. Há um tempinho já estava para vir aqui dar as caras, mas esperei um momento em que me sentisse um pouco mais a vontade para isso. Peço licença aos senhores (e senhorita) blogueiros veteranos para me achegar. =D
Falando um pouco de mim (o que convém falar aqui, é claro)... Eu tenho 19 anos, estudo História na mesma faculdade que o Bruno Marques (foi lá que nos conhecemos, nos apaixonamos e blábláblá... E isso é história!), almejo fazer mais que um curso de História, mas ainda estou a pensar sobre o que seria. Gosto de cinema, de divagar, do que há de moderno e de uma porção de coisas que, muito provavelmente, estarei postando aqui prontamente.
E para não começar com um post de apresentação tão somente...

Imagine você na praia, paisagem bacana, se divertindo com os amigos... Daí acontece, bate aquela fome. E você quer variar no cardápio. Pois bem, a idéia dessa pizzaria holandesa foi colocar portas (isso mesmo, portas) em diversos pontos curiosos da cidade. É só você fazer o pedido e esperar para se deliciar com a sua pizza aonde quer que você esteja e encontre essa "porta da esperança". Confira:



Não seria nada mau uma dessas por aqui. Mas que trabalho ingrato ter de entregar pizzas na praia! hahaha

Eu vi aqui.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Quem é o alienado?

Qualquer pessoa já ouviu falar de alienação, que significa, de acordo com o dicionário, “ato de tornar alheio, de alucinar”. Na wikipédia, encontra-se a definição “diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar em agir por si próprio."

Essa semana, no ônibus voltando pra casa, eu pensei nessa questão que tá no título do post.

Temos, de um lado, pessoas que seguem o que a maioria segue; vê, ouve e pensa de acordo com a maioria. Os famosos “maria-vai-com-as-outras”.
Pessoas que compram pensamentos que a grande mídia vende, apenas porque ela os vende à grande maioria. Assim, essas pessoas podem ter o sentimento de pertencer a um grupo (gigantesco, diga-se de passagem), de "estar por dentro".

Do outro lado, temos os “revolucionários”, que percebem essa alienação da maior parcela da sociedade e teimam em criticar essa homogeneização dos pensamentos, jogando os ideais socialistas de uma sociedade mais justa e igualitária na cara de todos.
Ativistas políticos, buscam revelar a verdade escondida nos livros de Marx a todos os que têm condições intelectuais de aprendê-las. Querem acabar com o ideal pequeno-burguês de lucro a qualquer custo, dar fim à mercantilização do sonho. Enfim, querem a revolução do proletariado e a posse do verdadeiro dono do poder: o povo.

Quem, dos dois, é o verdadeiro alienado?

Quem segue fielmente o que a mídia massiva aponta ou quem segue, com a mesma (ou maior) fidelidade, os pensamentos de um dos maiores pensadores da humanidade, mas que já resultaram em um regime fracassado há algumas décadas?
Qual a maior utopia: a da sociedade igualitária ou a dos Big Brothers (só pra usar um produto que adoram criticar)?

Será que é apenas um deles?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Bienal do Livro - Rio de Janeiro

De 10 a 20 de setembro vai acontecer a Bienal do Livro no Rio Centro. Serão 15 mil metros quadrados repletos de literatura e colegiais em excursão.

Nós do salada livre pretendemos fazer a "cobertura" do evento. Por enquanto deixo para vocês o site do evento: http://www.bienaldolivro.com.br. Lá podemos encontrar informações como ponto de vendas de ingressos, transporte até o local (incluindo linhas de ônibus), preços de estacionamento e da entrada, programação e muito mais.

Até lá.

Abraços

[Victor Hugo é: Leitor ]